A minha cabeça doi.
Enquanto 2 indivíduos estão ao meu lado, a fazer aquilo que
me parece equivalente ao ato de BlaBlaBla. Consigo distinguir cada palavra, mas
mesmo assim continuam a não fazer sentido. Formam-se e perdem forma ao mesmo
tempo. Sílabas nadam no meu cérebro, em direção a um remoinho sem fundo que não
sei se trata do fenómeno físico-psicológico que corresponde aos meus pensamentos
mais profundos, ou então à bullshit que o meu cérebro descarta para poder
liberar espaço da minha mente cheia de vazio.
Engraçado, parece que os opostos realmente se atraem. A
informação das profundezas da tua alma pode ser tão subtilmente confundida com
a informação que descartas porque simplesmente não te provoca nenhum estímulo.
E quando não sabes que determinada informação é importante, e
no entanto, ela está lá guardada, inconscientemente, por ti. Esperando, assim,
pelo momento certo para aturar, esperando apenas para poder ser a gota de água
que faz transbordar o copo, ou o pequeno ruído que provoca uma avalanche, a
cereja no topo do bolo que te fará explodir junto com tudo o que tanto
guardaste.
Acho que as explosões mais significativas (?) são aquelas
que duram menos tempo, assim como um terramoto de segundos pode criar cenários
tão avassaladores que vão para além da compreensão humana.
Às vezes explodes e parece que se trata apenas de uma
questão de segundos até dares por ti a seres obrigado a recolher cada pedacinho
da alma que se despedaçou, mais uma vez, tentando não te cortares com as
lâminas da tua própria explosão no processo. É curioso que toda a realidade que
vai dentro de ti consegue ser tão dominadora a ponto de controlar o teu momentâneo
descontrolo perante o mundo real (?).
Somos nós que controlamos a nossa mente, ou será o
contrário?
Teremos realmente poder sobre o nosso interior, ou temos
apenas a grande ilusão de controlo?
Será que, de facto, detemos o poder e apenas a nossa mente
espera pelo momento certo para, momentaneamente, virar a jogo?
Seremos escravos da nossa mente, ou escravos de nós
próprios?
E se, hipoteticamente, o individuo e a sua mente são apenas
um, sendo metades da mesma laranja, a resposta a todas estas perguntas só pode
ser que: estamos em constante luta connosco próprios.
Como vencer uma luta, se o teu grande adversário és tu
mesmo?
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