24/06/16

Um dos livros que mais me marcou - Queimada Viva #day14


Hi bitchezzz, I'm back!
Mais uma vez. xD Faltam 16 dias para pararem de ouvir de mim todos os dias...
Não façam essas carinhas inocentes que eu sei que depois vão sentir falta de me "ouvir" falar todos os dias. Seus falsoooooooooos. <3

É complicado arranjar tema para todos estes posts que quando chegar ao fim acho que não vou ter mais nada para falar com vocês :o Esperemos que não, não vos quero abandonar :p

Hoje resolvi falar-vos de UM dos livros que mais me marcou.
Não digo pela negativa nem pela positiva, porque de certa maneira não foi por nenhuma delas. Foi mais ao nível da minha perspectiva e percepção do mundo.
Pra já pra já, quem me conhece sabe que eu sou completamente contra qualquer tipo de escravatura, opressão, preconceito, machismo (não quer dizer que seja a favor do feminismo, até porque acredito que deve haver um balanço e equilíbrio no mundo). Este livro para mim foca muito a escravatura, o machismo, preconceito e opressão que estão por detrás de uma cultura. As pessoas que se identificarem com a cultura que este livro aborda que me desculpem, mas para mim não há cá culturas quando uma pessoa é queimada viva por se ter apaixonado e por não ter esperado pela irmã mais velha se casar para estar com a pessoa que gostava. Outro falso ele, mas pronto.

Spoiler Alert!

O livro de que vos falo tem por titulo "Queimada Viva" que é baseado numa história real.
Realmente Soad não é apenas uma personagem de um livro, é uma pessoa real. E contou a sua história ao mundo (qualquer pormenor que me escape peço desculpa, já li este livro há mais de 6 anos).
Esta rapariga tinha 16 anos quando viu um rapaz pelo qual se apaixonou, mas Deus devia tê-la livrado de se apaixonar antes do casamento. Além de ser maltratada em casa devido à sua religião e aos costumes que (acho) todos sabemos existirem nos países árabes em relação às mulheres, quando descobriu estar grávida do rapaz pelo qual se apaixonou, este foi covarde o suficiente para não assumir a criança e para a deixar sozinha.
Soad viu-se obrigada a esconder a gravidez até não mais ser possível.
Quando a família descobriu, tratou logo de tentar limpar a sua honra. Eis que incutem ao cunhado de Soad a tarefa de a regar com gasolina e de lhe atear fogo.
A rapariga consegue sobreviver apesar de ter cerca de 90% do corpo queimado e é internada num hospital, em que a própria mãe também a tenta matar. Soad foi salva por uma organização que a levou para a Europa, viu-se obrigada a por o seu filho para adoção para que este pudesse ter uma vida melhor.
Consegue reconstruir a sua vida, e até ajudar outras mulheres vítimas de opressão por parte da cultura e religião mas sempre em constante perigo pois o crime de honra que cometeu contra a sua família ainda não prescreveu!

Opá, sinceramente devorei este livro num dia. É relativamente pequeno e a história é sem dúvida envolvente.
É "interessante" ver como a religião e a cultura influencia a maneira de ser de uma pessoa, os seus atos e os seus pensamentos.
Claro, todos nós podíamos estar aqui a culpar uma mãe por ter tentado assassinar a filha, mas será que não temos que olhar por outra perspectiva?
Não me entendam mal, não estou de maneira NENHUMA a desculpar a mãe. Só acho triste uma mãe ser tão coagida e oprimida pelos valores e costumes que seja capaz de coagitar na cabeça dela que matar a filha é algo certo a fazer-se, que é algo que tem que ser feito. Porque, vejamos: o que será que aquela mulher passou? Nasceu e cresceu embrulhada numa cultura opressora que a fez acreditar que a mulher não é nada e não merece nada, além de servir o marido e trabalhar para a casa, que a fez acreditar que tinha que matar a filha porque esta cometeu um crime de honra para com a família. Não nos perguntemos "que tipo de mãe é este?" mas perguntem-se "que tipo de mundo é este?" onde a mãe tenta matar a filha e se calhar ainda chegou a casa e apanhou porque não conseguiu consumar o ato.

Questionemos um mundo onde as mulheres, ou as pessoas, não se podem apaixonar, não podem escolher o seu parceiro, não podem ir à escola, não podem andar na rua além de acompanhadas por algum parente do sexo masculino...
Questionemos um mundo onde o hospital se recusa a tratar uma mulher porque esta cometeu um crime de honra contra a família (sim, isto aconteceu a Soad).

E aquele cunhado, poderia tentar matá-la de tantas maneiras, mas escolheu atear-lhe fogo. Porquê?
Provavelmente para tentar enviar uma mensagem às mulheres da vila. Para que não façam o mesmo que Soad. Para que continuem a viver no medo e na opressão. Para que saibam que foram, são e para sempre irão ser o sexo mais fraco. O sexo com menos direitos, com menos regalias.

Ah, e já que estamos numa de questões, proponho-vos que questionem um mundo onde um ser humano acha que tem o direito de decidir se outro ser humano tem, ou não, o direito à vida.

A todas as mulheres vitimas da opressão e afins, e a todas aquelas que morreram (ou foram mortas) por sequer pensarem mais além, obrigada. No fundo vocês são o cordeiro sacrificado em prol de (pouco a pouco) irmos construindo uma sociedade melhor e de irmos conseguindo reivindicar significativamente os direitos das mulheres.

Obrigada.

Pessoal, fico por aqui. Leiam o livro, a sério. Vale a pena de uma maneira que vocês nunca vão ter noção se não o lerem!
Sejam felizes e não deixem que ninguém vos diga o que podem ou não fazer.
Sejam vocês próprios.
Deixem os vossos comentários! Deixem mesmo, por favor! Beijinho grande e até amanhã!


2 comentários :

  1. Depois disto estou mesmo a pensar em ler o livro! Excelente post, sem dúvida! Continua assim <3

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    1. Oh thankss babe! <3 Lê, vais "adorar" é uma história fantástica e envolvente!

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